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[Por Debora Bombilio] Serra Catarinense celebra 20 anos dos rótulos que transformaram a vitivinicultura de altitude

  • Foto do escritor: Gustavo Milioli
    Gustavo Milioli
  • há 3 horas
  • 2 min de leitura

Artigo de Debora Bombilio, assessora parlamentar do gabinete regional do deputado Mário Motta em Lages


A Serra Catarinense celebra, neste mês, os 20 anos dos primeiros rótulos que marcaram a história dos vinhos de altitude em Santa Catarina. Em 5 de dezembro de 2005, a Villa Francioni apresentou ao mercado suas primeiras garrafas e inaugurou um novo capítulo para a vitivinicultura brasileira acima dos mil metros.


Imagem histórica da família Freitas com o então governador Luiz Henrique da Silveira, na inauguração da vinícola em dezembro de 2005. Dilor representado no painel ao fundo .
Imagem histórica da família Freitas com o então governador Luiz Henrique da Silveira, na inauguração da vinícola em dezembro de 2005. Dilor representado no painel ao fundo .

O lançamento de um Chardonnay, um Sauvignon Blanc e um Rosé mostrou, já na estreia, o potencial do terroir de São Joaquim. Entre frio intenso, neblina e ventos constantes, o microclima da região revelou uma combinação rara de elegância, frescor e personalidade, características que colocariam a Serra Catarinense no mapa nacional dos vinhos finos.


A trajetória que levou a esse marco começou anos antes. Idealizada pelo empresário e visionário Dilor Freitas, a vinícola nasceu do desejo de transformar a altitude serrana em experiência sensorial. A partir de 2001, Freitas percorreu regiões vitivinícolas pelo mundo em busca de técnicas, referências e estilos que pudessem dialogar com o potencial climático da serra. Sua intenção ia além da produção: queria criar vinhos que unissem arte, emoção e identidade.


O projeto arquitetônico da Villa Francioni também seguiu essa lógica. Com inspiração toscana, uso de materiais reaproveitados e integração total à paisagem serrana, o prédio foi concebido para traduzir a ideia de que vinho é também lugar, memória e pertencimento.


Dilor Freitas faleceu em agosto de 2004, poucos meses após a primeira colheita, sem acompanhar o lançamento oficial da vinícola. Seu legado, porém, se mantém vivo. Sob a liderança de Daniela Freitas e dos irmãos, a Villa Francioni preserva a visão do fundador e segue ampliando sua atuação no setor.


Duas décadas depois, a casa oferece 14 rótulos entre brancos, rosés, tintos, licorosos e espumantes, consolidando-se como referência no cenário dos vinhos de altitude. A trajetória da vinícola reafirma o protagonismo da Serra Catarinense, que encontrou na altitude não apenas um diferencial, mas uma assinatura.


Mais do que pioneirismo, a Villa Francioni simboliza a construção de uma identidade vitivinícola própria: delicada, firme e autêntica. Um legado que começou com um sonho e continua sendo escrito, safra após safra.

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